UMA CONVERSA SOBRE BULLYING

 

            A utilização do termo Bullying (deriva do verbo em inglês to bully: ameaçar, intimidar ou dominar) é atual, mas esse tipo de violência é bem antigo. Se refere a um comportamento ligado à agressividade física, verbal ou psicológica. Esta é uma forma de violência que acontece de forma velada, por meio de um conjunto de comportamentos cruéis, intimidadores e repetitivos, prolongadamente contra uma mesma vítima, e com grande poder destrutivo, pois fere a área mais preciosa, íntima e inviolável do ser – a alma. (Fante 2005).

            Pode acontecer em qualquer lugar, não só nas escolas, mas principalmente nelas. Também não é uma violência que acontece só na infância e adolescência. Vemos esse tipo de situação também acontecendo na idade adulta. Quem nunca escutou aquela frase famosa “Você sabe com quem está falando?”

            Quando ficamos sabendo de algum caso de bullying, nos preocupamos imediatamente com a vítima, nos colocamos no lugar dela e nos sensibilizamos. De fato, a vítima de bullying precisa de ajuda para aprender a lidar com a situação, pois muitas vezes cria-se traumas que, se não forem tratados, podem afetar significativamente sua vida.

            Sabemos que a diferença incomoda muito os agressores, desencadeando a violência gratuita, sendo as maiores vítimas os com sobre-peso ou magros demais, os “nerds”, os que usam óculos, os homosessexuais etc. Isso muitas vezes acontece porque identificam as vítimas como inseguras, demonstrando vergonha ou medo e geralmente com pouca habilidade nos esportes ou na comunicação, o que dá maior segurança aos agressores que as ameaçam.

            Uma das principais formas de combater esse tipo de agressão, por parte das vítimas, são elas se aceitarem como são, aceitarem suas diferenças. Assim, as chacotas ou piadinhas a seu respeito dificilmente a afetará.

             Mas nós não podemos nos esquecer dos agressores, não só para puní-los, mas para um possível tratamento, a fim de evitar mais agressões.

            A permissividade ou a falta de limites na educação das crianças pode ser um dos motivos que levam o agressor a ter esse comportamento, pois muitas vezes este não consegue lidar com as frustações. A auto afirmação na adolescência, a vontade de ser reconhecido, de ser líder, mesmo sendo de maneira negativa também pode colaborar para que isso aconteça. Não podendo nos esquecer dos exemplos que são dados a essa criança ou adolescente.

            Pais, CUIDADO! Fiquem atentos a qualquer mudança de comportamento de seu filho. Ele pode estar envolvido (sendo vítima ou agressor) em bullying. Procure pelos professores, peçam ajuda. Se necessário, busquem apoio profissional.

Marisa F. Maciel Muraoka

Psicóloga